terça-feira, 7 de junho de 2011

7 Semanas...7 Hábitos



Os bons pais dão oportunidades, os pais brilhantes nunca desistem!

Este hábito dos pais brilhantes contribuiu para desenvolver: apreço pela vida, esperança, perseverança, motivação, determinação e capacidade de se questionar, superar obstáculos e de vencer fracassos.

Os bons pais são tolerantes com alguns erros dos seus filhos, os pais brilhantes nunca desistem deles, ainda que estes os decepcionem e tenham transtornos emocionais. Os pais brilhantes são semeadores de ideias e não controladores dos seus filhos.
Os educadores devem ser poetas na batalha da educação. Podem chorar, mas nunca desanimar. Devemos ver o que ninguém vê. Visualizar um tesouro soterrado nas rústicas pedras do coração dos nossos filhos.

Antigamente, os pais eram autoritários; hoje, são os filhos. Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca em toda a história vimos crianças e jovens dominarem desta forma os adultos. Em primeiro lugar, aprenda a dizer "não" aos seus filhos sem medo. Se eles não ouvirem "não" dos seus pais, não estarão preparados para ouvir o "não" da vida.

Em segundo lugar, quando disserem "não" os pais não devem ceder a chantagens e pressões dos filhos. Caso contrário, a emoção das crianças tornar-se-á um baloiço: num momento serão dóceis, noutro, explosivos; numa hora estarão animados, em seguida, mal-humorados.

Em terceiro lugar, os pais têm de deixar claro quais são os pontos a serem negociados e quais os limites inegociáveis. Se os pais incorporarem os hábitos dos educadores brilhantes que mencionamos ao longo destas semanas, eles poderão, sem medo, contrariar, impor limites e dizer "não" aos seus filhos. As birras destes não serão destrutivas mas sim construtivas.

Pais de todo o mundo sentem-se perdidos, sem solo para andar, sem ferramentas para penetrar no mundo dos filhos. De facto, conquistar o planeta psíquico dos nossos filhos é tão ou mais complexo do que conquistar o planeta físico. A vida é uma grande escola que pouco ensina a quem não sabe ler.


Retirado e adaptado do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Adaptação e Bem-estar nas Escolas Portuguesas

Será lançado amanhã, dia 7 de Junho de 2011, às 18h30, na Bulhosa de Entrecampos (Lisboa), o livro 'Adaptação e Bem-estar nas Escolas Portuguesas' ( Coisas de Ler) escrito pelos especialistas em Psicologia da Educação, Alexandra Marques Pinto e Luís Picado. A apresentação será do Sr. Felisberto Marçal, Presidente da Associação Crinabel.O livro aborda o tema da adaptação e do bem-estar na escola começando por apresentar um conjunto de estudos realizados com amostras portuguesas de alunos do pré-escolar, dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico, do ensino secundário, do ensino superior e do ensino superior militar. Com o livro  'Adaptação e Bem-estar nas Escolas Portuguesas' os autores pretendem contribuir para a compreensão dos processos de adaptação e do bem-estar nas escolas portuguesas, adoptando como foco aqueles que são os seus principais protagonistas, os alunos e os professores.

* Alexandra Marques Pinto é doutorada em Psicologia, com especialização em Psicologia da Educação, e Professora Auxiliar na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

* Luís Picado é professor coordenador do ISCE – Instituto Superior de Ciências Educativas (Portugal) e Doutor em Psicologia da Educação.

Porque hoje é segunda... é dia de Teoria!

Esta semana considerámos pertinente abordar a importância dos pais como primeiros agentes de socialização. 
Será que as diferentes formas como educam os filhos produzem diferenças no seu comportamento? Se assim for, quão duradouros serão esses efeitos?

Diferentes estilos de educação infantil

Padrão Autocrático: os pais seguem padrões rígidos sobre como a criança deve ou não deve falar e agir e tentam moldar o comportamento desta de acordo com estes padrões. Estes pais estabelecem regras firmes e reagem a qualquer infracção com punições duras e às vezes severas (frequentemente físicas). Os pais autocráticos não acreditam que seja preciso explicar as regras à criança, esperando que ela as aceite como uma simples manifestação do poder paternal: "é assim porque eu digo que é assim".

Padrão Permissivo: as crianças encontram poucos "não faças" e "faz". Os pais tentam não afirmar a sua autoridade, impõem poucas restrições e controlo, tendem a não estabelecer horários (por exemplo, para ir para a cama ou ver televisão) e raramente usam castigos. Também fazem poucas exigências aos filhos, como arrumar os brinquedos, fazer os trabalhos da escola ou ajudar em tarefas domésticas.
Os pais autocráticos exercem o poder paternal; os pais permissivos abdicam dele.

Padrão Autoritário-recíproco: os pais exercem o seu poder, mas também aceitam a obrigação recíproca de se acomodarem ao ponto de vista da criança e às suas exigências razoáveis. Estes pais estabelecem regras de conduta para os filhos e fazem-nas cumprir quando necessário. Fazem exigências razoáveis, estabelecem e
deveres, esperam que os filhos se comportem com maturidade. Eles passam um tempo considerável a ensiná-los a comportarem-se devidamente, mas também encorajam a independência da criança e permitem o diálogo de igual para igual. Ao contrário dos pais permissivos, eles mandam; mas ao contrário dos autocráticos tentam dirigir com o consentimento dos dirigidos.



Estudos verificam que as crianças educadas autocraticamente são pouco comunicativas, carecem de  independência e mostram-se irritadas e desobedientes, especialmente os rapazes. As crianças educadas permissivamente apresentam características semelhantes. Além disso, parecem muito imaturos e com falta de responsabilidade social. Pelo contrário, as crianças criadas de modo autoritário-recíproco são mais independentes, capazes e socialmente responsáveis. 

Retirado e adaptado de Psicologia de Henry Gleitman, Alan J. Fridlund e Daniel Reisberg. 8ª Edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Páginas 808 - 810

7 Semanas...7 Hábitos



Os bons pais dão informação, os pais brilhantes contam histórias!

Este hábito dos pais brilhantes contribuiu para desenvolver: criatividade, espírito inventivo, perspicácia, raciocínio esquemático e capacidade de encontrar soluções em situações tensas.

Quer ser um pai brilhante? Cative os seus filhos pela sua inteligência e afectividade, não pela sua autoridade, dinheiro ou poder. Torne-se uma pessoa agradável influenciando o ambiente em que eles estão. Sabe qual é o termómetro que indica se você é agradável, indiferente ou insuportável? A imagem que os filhos dos seus amigos têm de si. Se eles têm prazer em se aproximar, passou no teste; se eles o evitam, você foi reprovado e terá de rever as suas atitudes.

Os pais que são contadores de histórias não têm vergonha de usar os seus erros e dificuldades para ajudar os filhos a mergulhar dentro de si mesmos e encontrar os seus caminhos. Quando os filhos estão desesperados, com medo do amanhã, com receio de enfrentar um problema, esses pais entram em cena e criam histórias que transformam a emoção ansiosa dos filhos numa fonte de motivação. Contar histórias amplia o mundo das ideias, areja a emoção, dilui as tensões.

A chegada de um novo irmão pode gerar reacções agressivas, rejeições, regressões instintivas (ex: perda do controlo do acto de urinar) e mudanças de atitude no irmão mais velho, comprometendo a formação da sua personalidade. Pais habilidosos criam histórias, desde a gestação do bebé, que incluem ambos os irmãos em experiências divertidas e que incentivam o companheirismo. O mais velho incorpora essas histórias e deixa de encarar o irmão como rival desenvolvendo afeição por ele.

Os jovens apreciam pessoas inteligentes. Para ser inteligente não é preciso ser um intelectual ou cientista, basta criar histórias e inserir nelas lições de vida. Se, ás vezes, nem você mesmo suporta o seu modo fechado de ser, como quer que os seus filhos o ouçam? Não grite, não agrida, não responda com agressividade.Você pode ensinar muito falando pouco.



Retirado e adaptado do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury

Reflexão e Teoria: Violência na escola. O caso relatado no El País.


Esta notícia do jornal El País relata uma medida judicial invulgar respeitante a um caso de violência entre alunos dentro da escola.

 Recentemente em Portugal assistiu-se a um caso semelhante de agressão entre colegas gravado e colocado no facebook. Esse vídeo mostra duas jovens que agridem uma terceira, de 14 anos, à estalada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes, na região de Lisboa. A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.

Apesar de as situações serem semelhantes, o espaço onde ocorre a agressão pode fazer a diferença. Enquanto no caso português as adolescentes se agridem na rua, não menosprezando o dever civil de auxiliar aquele que precisa de nós, no caso espanhol a agressão ocorre no recinto escolar, onde deve ser salvaguardada a segurança das crianças.

As CresSeres consideram que (e baseando apenas na notícia publicada pelo jornal) não existem pistas contextuais suficientes para formular uma opinião bem fundamentada relativamente a este caso em particular. Poderia o agressor ser uma vítima de bullying por parte do colega agredido? Seria o agressor uma criança problemática que não foi referenciada pela escola? A escola referenciou a criança como agressiva e comunicou anteriormente aos pais? Existia acompanhamento psicológico à criança agressora antes do acontecimento? A criança tinha algum problema clínico mental? Como é o ambiente familiar em que a criança se enquadra? Como é caracterizada a sociedade onde esta se insere?

São várias as questões que nos impedem de ajuizar esta situação.

Mas, no geral, a nossa opinião é a de que a responsabilidade da base da educação deve de facto começar na família, que deve ser responsabilizada pelos actos dos educandos. Mas a escola, como agente educativo, também tem a responsabilidade de assegurar condutas educativas correctas e a segurança das crianças e adolescentes dentro do espaço escolar. Para isso existem regras escolares, existem auxiliares educativos, professores, gradeamento, penalizações (como suspensão ou trabalho escolar extra)...

Um estudo de parceria entre a Universidade de Granada e a Universidade Portucalense intitulado “ A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social”  refere que a violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se activamente contra este fenómeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais às crianças. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis.

O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI (1996:95) reforça que “a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afectivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e normas”.

Todavia, devido às exigências actuais, os pais cedo colocam os filhos em amas, creches ou infantários. Chegam a casa exaustos de um dia de trabalho, têm ainda as lides domésticas ou trazem trabalho para casa. A criança é colocada sozinha a ver televisão ou a brincar sem um adulto que lhe dê atenção. A relação familiar centra-se prioritariamente nas necessidades físicas da criança, ou seja, na alimentação, na higiene ou no descanso.

Enquanto jovens, o lazer e o convívio com os colegas tem uma importância primordial no seu processo de socialização e formação. Embora haja uma certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a verdade é que os jovens de hoje adquirem a sua identidade não só dentro, mas também fora da família, através de discursos variados que a escola e a família poderão ou não integrar. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus descendentes.

Anna Freud (1987:162) alude ao facto de o equilíbrio interno ser perturbado, da personalidade, do meio onde se inserem. Estudos realizados a delinquentes comprovaram que graves distúrbios da socialização acontecem quando a identificação com os pais é desintegrada através de separações, rejeições e outras interferências com os vínculos emocionais existentes entre a criança e as figuras parentais. Muitas vezes a raiz do problema não se centra na educação. O jovem apresenta problemas que deveriam ser direccionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a protecção social ou até judicialmente. O cerne da questão é que muitas escolas tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da sua competência, reforça Sónia Azevedo no seu artigo.

No entanto para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controlo, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior, mas também exterior.

Dado que o fenómeno da violência é muito amplo e surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projectos de vida.

Retirado e adaptado de “A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social” de Sónia Carla Aroso Azevedo em: www.monografias.com





Condenada pela agressividade do seu filho


  A audiência de Sevilha considera culpada uma mãe pela sua “frouxidão e tolerância” relativamente à atitude violenta do seu filho.  

Uma audiência em Sevilha condenou uma mãe a pagar 14.000 euros de multa por uma agressão do seu filho no Instituto Secundário em que estudava. O tribunal considera que a “frouxidão e tolerância” da mulher na hora de educar o menor motivaram o comportamento violento do adolescente.

A multa pagará o tratamento para recompor os dentes do outro menor, colega do Instituto Castilla de Castilleja de la Cuesta, Sevilha. No julgamento, a mulher tentou desviar a responsabilidade para o Centro Educativo por não fazer “trabalhos suficientes de vigilância” dos alunos, mas a sentença estima que os adolescentes não necessitam de uma vigilância tão rígida, mas que “a brutalidade e intensidade” da agressão evidenciam “uma falta de inculcação ou assimilação da educação e moderação dos costumes do agressor para a convivência em valores”.

A audiência confirma, assim, o primeiro fracasso judicial que falava de uma “incorrecta educação”, que os juízes equiparam aquelas situações em que os progenitores “permitem ou não se preocupam de controlar que os seus filhos não levem para o centro escolar objecto que possam ser perigosos.     

Bibliografia
Adaptado de EFE – Sevilla – 22/03/2008, ELPaís.com > sociedad