Esta notícia do jornal El País relata uma medida judicial invulgar respeitante a um caso de violência entre alunos dentro da escola.
Recentemente em Portugal assistiu-se a um caso semelhante de agressão entre colegas gravado e colocado no facebook. Esse vídeo mostra duas jovens que agridem uma terceira, de 14 anos, à estalada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes, na região de Lisboa. A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.
Apesar de as situações serem semelhantes, o espaço onde ocorre a agressão pode fazer a diferença. Enquanto no caso português as adolescentes se agridem na rua, não menosprezando o dever civil de auxiliar aquele que precisa de nós, no caso espanhol a agressão ocorre no recinto escolar, onde deve ser salvaguardada a segurança das crianças.
As CresSeres consideram que (e baseando apenas na notícia publicada pelo jornal) não existem pistas contextuais suficientes para formular uma opinião bem fundamentada relativamente a este caso em particular. Poderia o agressor ser uma vítima de bullying por parte do colega agredido? Seria o agressor uma criança problemática que não foi referenciada pela escola? A escola referenciou a criança como agressiva e comunicou anteriormente aos pais? Existia acompanhamento psicológico à criança agressora antes do acontecimento? A criança tinha algum problema clínico mental? Como é o ambiente familiar em que a criança se enquadra? Como é caracterizada a sociedade onde esta se insere?
São várias as questões que nos impedem de ajuizar esta situação.
Mas, no geral, a nossa opinião é a de que a responsabilidade da base da educação deve de facto começar na família, que deve ser responsabilizada pelos actos dos educandos. Mas a escola, como agente educativo, também tem a responsabilidade de assegurar condutas educativas correctas e a segurança das crianças e adolescentes dentro do espaço escolar. Para isso existem regras escolares, existem auxiliares educativos, professores, gradeamento, penalizações (como suspensão ou trabalho escolar extra)...
Um estudo de parceria entre a Universidade de Granada e a Universidade Portucalense intitulado “ A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social” refere que a violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se activamente contra este fenómeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais às crianças. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis.
O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI (1996:95) reforça que “a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afectivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e normas”.
Todavia, devido às exigências actuais, os pais cedo colocam os filhos em amas, creches ou infantários. Chegam a casa exaustos de um dia de trabalho, têm ainda as lides domésticas ou trazem trabalho para casa. A criança é colocada sozinha a ver televisão ou a brincar sem um adulto que lhe dê atenção. A relação familiar centra-se prioritariamente nas necessidades físicas da criança, ou seja, na alimentação, na higiene ou no descanso.
Enquanto jovens, o lazer e o convívio com os colegas tem uma importância primordial no seu processo de socialização e formação. Embora haja uma certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a verdade é que os jovens de hoje adquirem a sua identidade não só dentro, mas também fora da família, através de discursos variados que a escola e a família poderão ou não integrar. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus descendentes.
Anna Freud (1987:162) alude ao facto de o equilíbrio interno ser perturbado, da personalidade, do meio onde se inserem. Estudos realizados a delinquentes comprovaram que graves distúrbios da socialização acontecem quando a identificação com os pais é desintegrada através de separações, rejeições e outras interferências com os vínculos emocionais existentes entre a criança e as figuras parentais. Muitas vezes a raiz do problema não se centra na educação. O jovem apresenta problemas que deveriam ser direccionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a protecção social ou até judicialmente. O cerne da questão é que muitas escolas tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da sua competência, reforça Sónia Azevedo no seu artigo.
No entanto para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controlo, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior, mas também exterior.
Dado que o fenómeno da violência é muito amplo e surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projectos de vida.
Recentemente em Portugal assistiu-se a um caso semelhante de agressão entre colegas gravado e colocado no facebook. Esse vídeo mostra duas jovens que agridem uma terceira, de 14 anos, à estalada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes, na região de Lisboa. A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.
Apesar de as situações serem semelhantes, o espaço onde ocorre a agressão pode fazer a diferença. Enquanto no caso português as adolescentes se agridem na rua, não menosprezando o dever civil de auxiliar aquele que precisa de nós, no caso espanhol a agressão ocorre no recinto escolar, onde deve ser salvaguardada a segurança das crianças.
As CresSeres consideram que (e baseando apenas na notícia publicada pelo jornal) não existem pistas contextuais suficientes para formular uma opinião bem fundamentada relativamente a este caso em particular. Poderia o agressor ser uma vítima de bullying por parte do colega agredido? Seria o agressor uma criança problemática que não foi referenciada pela escola? A escola referenciou a criança como agressiva e comunicou anteriormente aos pais? Existia acompanhamento psicológico à criança agressora antes do acontecimento? A criança tinha algum problema clínico mental? Como é o ambiente familiar em que a criança se enquadra? Como é caracterizada a sociedade onde esta se insere?
São várias as questões que nos impedem de ajuizar esta situação.
Mas, no geral, a nossa opinião é a de que a responsabilidade da base da educação deve de facto começar na família, que deve ser responsabilizada pelos actos dos educandos. Mas a escola, como agente educativo, também tem a responsabilidade de assegurar condutas educativas correctas e a segurança das crianças e adolescentes dentro do espaço escolar. Para isso existem regras escolares, existem auxiliares educativos, professores, gradeamento, penalizações (como suspensão ou trabalho escolar extra)...
Um estudo de parceria entre a Universidade de Granada e a Universidade Portucalense intitulado “ A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social” refere que a violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se activamente contra este fenómeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais às crianças. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis.
O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI (1996:95) reforça que “a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afectivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e normas”.
Todavia, devido às exigências actuais, os pais cedo colocam os filhos em amas, creches ou infantários. Chegam a casa exaustos de um dia de trabalho, têm ainda as lides domésticas ou trazem trabalho para casa. A criança é colocada sozinha a ver televisão ou a brincar sem um adulto que lhe dê atenção. A relação familiar centra-se prioritariamente nas necessidades físicas da criança, ou seja, na alimentação, na higiene ou no descanso.
Enquanto jovens, o lazer e o convívio com os colegas tem uma importância primordial no seu processo de socialização e formação. Embora haja uma certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a verdade é que os jovens de hoje adquirem a sua identidade não só dentro, mas também fora da família, através de discursos variados que a escola e a família poderão ou não integrar. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus descendentes.
Anna Freud (1987:162) alude ao facto de o equilíbrio interno ser perturbado, da personalidade, do meio onde se inserem. Estudos realizados a delinquentes comprovaram que graves distúrbios da socialização acontecem quando a identificação com os pais é desintegrada através de separações, rejeições e outras interferências com os vínculos emocionais existentes entre a criança e as figuras parentais. Muitas vezes a raiz do problema não se centra na educação. O jovem apresenta problemas que deveriam ser direccionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a protecção social ou até judicialmente. O cerne da questão é que muitas escolas tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da sua competência, reforça Sónia Azevedo no seu artigo.
No entanto para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controlo, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior, mas também exterior.
Dado que o fenómeno da violência é muito amplo e surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projectos de vida.
Retirado e adaptado de “A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social” de Sónia Carla Aroso Azevedo em: www.monografias.com
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