segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porque hoje é segunda... é dia de Teoria!

Esta semana considerámos pertinente abordar a importância dos pais como primeiros agentes de socialização. 
Será que as diferentes formas como educam os filhos produzem diferenças no seu comportamento? Se assim for, quão duradouros serão esses efeitos?

Diferentes estilos de educação infantil

Padrão Autocrático: os pais seguem padrões rígidos sobre como a criança deve ou não deve falar e agir e tentam moldar o comportamento desta de acordo com estes padrões. Estes pais estabelecem regras firmes e reagem a qualquer infracção com punições duras e às vezes severas (frequentemente físicas). Os pais autocráticos não acreditam que seja preciso explicar as regras à criança, esperando que ela as aceite como uma simples manifestação do poder paternal: "é assim porque eu digo que é assim".

Padrão Permissivo: as crianças encontram poucos "não faças" e "faz". Os pais tentam não afirmar a sua autoridade, impõem poucas restrições e controlo, tendem a não estabelecer horários (por exemplo, para ir para a cama ou ver televisão) e raramente usam castigos. Também fazem poucas exigências aos filhos, como arrumar os brinquedos, fazer os trabalhos da escola ou ajudar em tarefas domésticas.
Os pais autocráticos exercem o poder paternal; os pais permissivos abdicam dele.

Padrão Autoritário-recíproco: os pais exercem o seu poder, mas também aceitam a obrigação recíproca de se acomodarem ao ponto de vista da criança e às suas exigências razoáveis. Estes pais estabelecem regras de conduta para os filhos e fazem-nas cumprir quando necessário. Fazem exigências razoáveis, estabelecem e
deveres, esperam que os filhos se comportem com maturidade. Eles passam um tempo considerável a ensiná-los a comportarem-se devidamente, mas também encorajam a independência da criança e permitem o diálogo de igual para igual. Ao contrário dos pais permissivos, eles mandam; mas ao contrário dos autocráticos tentam dirigir com o consentimento dos dirigidos.



Estudos verificam que as crianças educadas autocraticamente são pouco comunicativas, carecem de  independência e mostram-se irritadas e desobedientes, especialmente os rapazes. As crianças educadas permissivamente apresentam características semelhantes. Além disso, parecem muito imaturos e com falta de responsabilidade social. Pelo contrário, as crianças criadas de modo autoritário-recíproco são mais independentes, capazes e socialmente responsáveis. 

Retirado e adaptado de Psicologia de Henry Gleitman, Alan J. Fridlund e Daniel Reisberg. 8ª Edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Páginas 808 - 810

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá, o meu nome é Andreia Carrilho e sou mãe de uma menina de 2 anos, a Sara. Andava a pesquisar na internet blogs e sites sobre a criança, os pais e educação quando encontrei o vosso blog. Estive a dar uma espreiadela e achei muito interessantes as vossas sugestões, reflexões e, apesar de ler muito na diagonal, a vossa teoria. Achei interessante o propósito dos padrões dos pais, visto anteriormente divulgarem a notícia do El Pais (e eu a pensar que era só em Portugal que aconteciam cenários destes).
Espero que continuem um bom trabalho.

Cumprimentos da família Tó, Andreia e Sara.