sábado, 30 de abril de 2011

7 Semanas...7 Hábitos


No âmbito da nossa temática Família enquanto espaço de Crescimento, o blog CresSer vai publicar ao longo de 7 semanas, 7 Hábitos dos bons pais e dos pais brilhantes, numa tentativa de ajudar os pais educadores nossos seguidores a adquirir ferramentas necessárias para formar não um filho, mas um Ser Humano! Segundo Augustos Cury no livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, “os filhos não precisam de pais extraordinários, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar no seu coração”.
Os bons pais dão presentes, os pais brilhantes dão o seu próprio ser!

Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver nos seus filhos:auto-estima, protecção da emoção, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, de filtrar estímulos “stressantes”, de dialogar e de ouvir.

Os bons pais atendem, dentro das suas possibilidades económicas, os desejos dos filhos, sendo lembrados por estes apenas por um momento. Os pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais valioso aos seus filhos: o seu ser, a sua história, experiências, lágrimas e o seu tempo, tornando-se inesquecíveis. É fundamental para a formação da personalidade dos filhos que os pais se deixem conhecer porque essa é a única maneira de educar a emoção e criar vínculos sólidos e profundos. Tenha consciência de que educar é cada um penetrar no mundo do outro. Uma das causas do individualismo entre os jovens é que os pais não cruzam a sua história com a dos seus filhos. Tente fazer do tempo que tem disponível grandes momentos de convívio e partilha com eles. Adquira o hábito de abrir o seu coração aos seus filhos e deixe-os registar a sua personalidade; eles apaixonar-se-ão por si, terão prazer em procurá-lo e em estar perto de si.


Retirado e adaptado do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um sonho possível

Em seguimento da temática das publicações anteriores, o blog CreSer sugere a visualização do filme "Um sonho possível" baseado no livro The Blind Side com direcção de John Hancock.

Sinopse: O filme "Um sonho possível" conta a história de um adolescente, Michael Oher, que sobrevive sozinho vivendo como um sem-abrigo, quando é encontrado por Leigh Anne. Quando esta toma conhecimento que o adolescente é colega de escola do seu filho, insiste com Michael - que veste apenas calções e t-shirt em pleno Inverno - para que a deixe resgatá-lo do frio. Sem hesitar ela convida-o a passar a noite em sua casa. O que começa por ser um gesto de bondade evolui para algo mais, pois Michael passa a fazer parte da família, apesar de terem origens completamente diferentes. Vivendo num novo ambiente, o adolescente tem de encarar novos desafios. E à medida que a família ajuda Michael a desenvolver todo o seu potencial, a presença de Michael na vida da família Tuohy conduz todos a uma jornada de auto-descoberta.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Blog CresSER tem mais duas sugestões de leitura para aprofundar o tema da adopção:

-" La aventura de convertirse en familia"
- "Adopcion y escuela"
   Blur ediciones
Um guia práctico e util para aqueles que adoptaram ou vão adoptar um filho.
Recomendamos tambem estes livros para os psicólogos que queiram conhecer o "mundo da adopção" para melhor responder às necessidades das familias adoptivas em contexto clinico.
A autora (Beatriz San Román) é psicologa e mãe adoptiva.

Poderá tambem visitar o site: http://www.postadopcion.org/

Boa leitura!
Os olhos do nosso filho

Os olhos do nosso filho
São ainda de cor incerta
Não sei sequer se existem
Vão ser de Deus uma oferta

Existem na minha alma
Cravados no meu semblante
Os olhos do nosso filho
Que teve nascer errante

Foste esculpido a preceito
Nas entranhas de outro ser
Não vais sorver do meu peito
Este meu longo querer

E nestas voltas da vida
Cuidou-te Deus sem saber
Para que não herdes no sangue
Este meu estéril sofrer

Não vais nascer de mim
De outro ventre virás
Mas filho da minha alma
Tão amado serás!

E nesta triste incerteza
Me pergunto em desalento
Já nascente de alguém?
Ou é Deus que te traz?

Ala dos Reis
Porque hoje é segunda…é dia de teoria!

CresSer em família adoptiva

E porque família não tem que significar laços de sangue o blog Crescer considera importante escrever sobre a adopção de crianças.

A adopção de crianças é um tema fascinante e que envolve sentimentos profundos e complexos quer do ponto de vista dos adultos quer das crianças.

A adopção, muito sucintamente, é considerada como a integração de uma criança no seio de uma família, numa situação em tudo igual à de qualquer filho biológico. A adopção envolve um vinculo afectivo e emocional de forma similar a um filho biológico.

De acordo com Eduardo Sá (2005), “o lugar de uma criança na família é no coração dos seus país”. Muito mais do que aqueles que concebem, os pais são aqueles que cuidam, educam, amam incondicionalmente e proporcionam um desenvolvimento qualitativo saudável ao nível físico, emocional e psicológico do seu filho.

O processo de vinculação é a base da relação entre país e filhos sejam biológicos ou adoptivos.

O Blog CresSer considera que no âmbito da psicologia do desenvolvimento o tema vinculação e adopção é bastante importante e seleccionou uma tese de doutoramento onde é trabalhado o tema: Teoria da Vinculação

O leitor poderá ler a tese completa em:

http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/75/1/TES%20SALV1.pdf

Para aprofundar o tema da adopção poderá tambem ler o trabalho: “A familia adoptiva, uma tela pintada com uma nova cor: Pressupostos relacionais e psicológicos da adopção” em:

http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0178.pdf

Boa leitura!

sábado, 16 de abril de 2011

"Geração à rasca"

E porque CresSER não significa ser educado na abastança, no supérfluo e no desperdício, o blog CresSER vai reflectir sobre um tema da actualidade, a chamada “Geração à rasca”.
Consideramos que actualmente a barreira entre dar o necessário e dar o supérfluo é na nossa sociedade difícil de definir. O nível de vida mínimo para esta geração é muito superior ao da geração anterior.
Os nossos pais, pelo facto de não terem tido acesso a muitos bens e cuidados tais como: brinquedos, alimentação correcta, vestuário, oportunidades de ensino, etc… tentaram, por esse motivo, dar-nos tudo o que não tiveram. O que eles não sabiam era que ter “isso tudo” nos poderia tornar demasiado exigentes e incapazes de dar valor ao que temos. Aquilo que os pais acham ser um reforço ou motivação pode, num instante, passar a ser algo de trivial para os filhos sem que estes se apercebam. 

No âmbito desta temática, o blog CresSER sugere aos seus seguidores que visualizem, através dos links mencionados a baixo, o programa “Prós e Contras” do dia 28-02-2011 onde a palavra foi cedida aos jovens constituintes desta “Geração à rasca”.


segunda-feira, 11 de abril de 2011


 Porque hoje é segunda …é dia de Teoria! 
Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano


Uma das mais recentes teorias é a Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano e foi elaborada por Une Bronfenbrenner em 1992. A teoria em causa acrescenta a variável contexto à compreensão do Desenvolvimento Humano.
   A abordagem ecológica, proposta por Bronfenbrenner, tem sido usada para distinguir os processos evolutivos e os múltiplos factores que influenciam o processo do desenvolvimento humano. Investigar ecologicamente o desenvolvimento de crianças e adolescentes significa defini-los como pessoas em desenvolvimento e no contexto.
O ambiente ecológico é definido por Bronfenbrenner como um sistema de estruturas agrupadas, independentes e dinâmicas. O primeiro nível é definido como sendo o efeito de influências proximais – ambientais e do organismo – que advêm do interior do indivíduo, das suas características físicas e da distinção de objectos do ambiente imediato, que caracterizam a relação face a face.
 Segundo Bronfenbrenner, este nível mais “interno” de comunicação é chamado de microssistema, e deve ser entendido como incluindo as relações familiares, as relações na sala de aula entre colegas e com os professores, e as relações com os amigos no recreio.
O mesossistema refere-se aos elos e aos processos entre dois ou mais ambientes, nos quais os indivíduos se desenvolvem, isto é, a interacção entre os diversos microssistemas. Desta forma, o mesossistema das crianças e dos adolescentes em família consiste nas interacções entre a sua família e (1) a comunidade local (a religião, os transportes, os restaurantes e cafés, os locais de compras, as associações, clubes desportivos e parques de lazer públicos), (2) entre a família e a escola, e (3) entre a família e os seus parentes (avós, tios, primos), entre outros.
O microssistema e o mesossistema representam os ambientes cujos níveis de relação são proximais, face a face e com contacto físico, e as suas influências são mais evidentes, sendo de crucial importância para os processos de desenvolvimento. Aqueles ambientes nos quais o indivíduo não participa directamente, mas recebe influência indirecta, estão no seu exossistema. Além disso, o mesossistema e o exossistema, a partir de suas dinâmicas de funcionamento, irão influenciar a vida e as relações destas crianças e adolescentes, sendo fundamental a comunicação e a harmonia entre estes ambientes.
 O macrossistema, por sua vez, é o sistema mais amplo, abrange os valores, as ideologias, a organização e os processos das instituições sociais comuns a uma determinada cultura.
 As diferentes configurações dos microssistemas formam a rede de apoio afectivo/emocional social, importantes pelo seu efeito regulador no desenvolvimento.
A família é o primeiro microssistema no qual a pessoa em desenvolvimento interage. Para Bronfenbrenner, a família é definida como um sistema dinâmico e em interacção, compreendida num ambiente, próximo e imediato, da pessoa em desenvolvimento, que envolve actividades, papéis e um complexo de relações interpessoais. Os aspectos físicos, sociais e simbólicos na estrutura familiar contribuem para o desenvolvimento dos processos proximais.
As formas de interacção na família, na escola ou no acolhimento, estão alicerçadas sob três características de interacção: a reciprocidade, o equilíbrio de poder e a relação afectiva. Estas características ajudam o microssistema a manter-se estruturado a fim de permitir um desenvolvimento saudável.


                                                                                                                      Retirado e adaptado de http://jpmgoncalves.home.sapo.pt/index_pedh.htm#bronfenbrenner

domingo, 10 de abril de 2011

Geração "quinhentista"

Há muitos que não têm trabalho/ emprego porque...
... não se preocupam em trabalhar, mas sim em encontrar o trabalho/ emprego certo.
... foram habituados a ter uma "boa" vida e não querem um vencimento que não lhes permita continuar com o mesmo.
E o sentirem-se frustrados por toda a dedicação e formação irem pelo cano(udo) abaixo?

Não queremos ser englobados no saco dos irresponsáveis que não lutam por reconhecimento e experiência profissional.
Somos estudantes com medo!
O que podemos fazer? Agora! Ainda! Podemos apostar em nós.
Vivemos num país onde existe lugar para a qualidade e a criatividade, e por isso podemos e devemos apostar em nós. Não vamos "atirar" as culpas (apenas) para a nossa família e todos os sacrifícios que ela fez ou faz para termos e sermos mais do que eles puderam ter ou ser. É a natureza humana... os pais protegem sempre os seus filhos. A isto chama-se amar.
Não se pode dar tudo aos filhos. Correcto! Então vamos ensiná-los a lutar por tudo? Não é isso que esta geração (no seu geral) está a fazer? A lutar pelos seus direitos?
Lutar pelos seus direitos não é esquecer os seus deveres. Aliás, é nos deveres que os jovens pensam quando lutam por um contrato de trabalho. A casa, o sonho de constituir família, o sonho de se tornarem independentes. Ou deveres são apenas contribuir para o Estado? Ou contribuir para a riqueza de muitos patrões?
Não podemos apontar o dedo a uma geração e achá-la parva. Esta é a geração mais formada que Portugal já teve. Vamos esquecer-nos dos problemas económicos do país? Vamos esquecer-nos do quanto as leis são injustas na defesa daqueles que lutam por igualdade?
O que é que se pretende ao chamar-se de preguiçosos os que preferem lutar pelo reconhecimento?
A solução está em nos calarmos quando nos oferecem 5€ à hora a recibo verde? A solução está em aceitarmos estágios não remunerados em troca de experiência (ou um cheirinho dela)? A solução está em aceitar um vencimento (em média) de 500€ ao invés de não termos nenhum? A solução está em procurarmos outras ofertas em outros países? Se calhar sim! O país até pode ficar mais "velho", mais pobre, mas pelo menos não nos acusam de comodistas e mimados.
A culpa talvez seja dos nossos pais, por terem escolhido Portugal para constituir uma família e um lar. Será isso? Será o amor que os nossos pais investiram no vermelho e verde da nossa bandeira que faz com que esta seja a nossa realidade?
E será que vale a pena tentar encontrar culpados? Ou devemos unir-nos para encontrar soluções?


 
Reportagem "Geração à Rasca" - Especial Informação SIC - 16/02/2011

sábado, 9 de abril de 2011

Parenthood...

Parenthood é uma série americana, baseada no filme Parenthood de 1989, que conta a história dos Braverman; uma família que enfrenta constantemente as adversidades normais de cada geração, mas que irracionalmente se une sempre para proteger o seu clã.

Zeek (Craig T. Nelson) e Camille Braverman (Bonnie Bedelia) são os patriarcas desta família. Um casal que de tudo faz para proteger os seus quatro filhos e netos, mas que, também eles, passam por uma crise matrimonial devido a problemas financeiros e infidelidade. Uma união de 46 anos que tentam preservar a pensar nos seus filhos e no medo de perderem a companhia um do outro.
Adam B. (Peter Krause) é o filho mais velho, um empresário casado com Kristina, uma mulher que desistiu da sua carreira profissional para se dedicar à família. Estes são pais de Haddie e Max, uma rapaz a quem foi diagnosticado recentemente o Síndrome de Asperger. Para além do "problema" de Max, Adam é como a "cola" de toda a família. Sempre preocupado em resolver os problemas de todos é visto como um herói e pai exemplar.
Sarah B. (Lauren Graham), a mais velha das filhas dos Braverman, é mãe solteira e decide voltar com os seus dois filhos adolescentes, Amber e Drew, para a sua terra natal, Berkeley, de forma a ficar mais próxima da sua grande família e assim conseguir dar uma melhor educação aos seus descendentes.
Julia B. (Monica Potter), a filha mais nova do casal, é uma mulher que decidiu investir na sua carreira como advogada e por isso questiona-se contantemente se será uma boa mãe para Sydney, uma criança de 5 anos de idade e sobredotada. Julia conta com o apoio do seu marido Joel que, assim como a sua cunhada Kristina, também optou por desistir da sua carreira profissional e ser pai a tempo inteiro.
O filho mais novo, Crosby Braverman ( Dax Shepard), é um adulto imaturo que se vê obrigado a crescer à força quando recebe a notícia de que tem um filho, Jabbar, com Jasmine, uma bailarina com quem teve um caso à 5 anos atrás.
Apesar das dificuldades que cada núcleo da família enfrenta, a reunião de todos é o que os ajuda a superar os desafios, enquanto criam os seus filhos e recomeçam as suas vidas.

Para os amantes de séries esta é uma daquelas imperdíveis.
Classificada com 8.3, em 10, no IMDb, já vai na segunda season e promete continuar a surpreender, não com coisas fantásticas e ilusórias, mas sim com a inegável semelhança entre a ficção e a realidade.
Para alguns pode ser uma forma de entretenimento, para outros um caminho para uma melhor compreensão do que foram, do que são e do que serão alguns dos desafios por que já passaram ou conhecem alguém estar a passar. De qualquer das formas fica a sugestão...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quem sai aos seus...


in imbecis.com

Como é que as familias podem ajudar os seus descendentes a lidar com o dinheiro?

Muitos jovens começam a vida a gastar muito mais do que o que têm. Como podem os pais dar ferramentas aos seus filhos para estes enfrentarem crises económicas como a que estamos agora a passar?

Fala-se hoje numa "Geração à rasca", uma geração que vive ou sobrevive num sistema precário e sem grandes perspectivas futuras. Alguns defendem que é a geração anterior que monopoliza o mundo do trabalho e absorve quaisquer hipóteses de estabilidade, outros defendem que a "Geração Deolinda" não passa de uma geração demasiado protegida pelos seus pais e mal preparada para a competitividade e tudo o que isso acarreta; uma geração mais preocupada com os seus direitos do que propriamente os seus deveres.
De entre tantas opiniões é importante nunca nos esquecermos que uma característica própria da juventude é a mobilidade, a capacidade de ir atrás de sonhos, oportunidades, onde quer que elas estejam.


É a pensar nesta geração à procura de uma ajuda e nos pais que, por precaução, querem ensinar finanças pessoais ao seus filhos, que a ASFARC, Associação de Instituições de Crédito Especializado, publicou algumas sugestões de como ensinar os seus filhos a lidar com o dinheiro na Notícias Magazine do dia 6 de Março de 2011. São estas sugestões que o blogue CresSER quer partilhar com os seus leitores, pais e futuros pais, como mensagem de que uma boa educação passa também por ensinar a gerir o seu próprio dinheiro, mesmo o do porco mealheiro, para uma saudável autonomia aquando adultos.


"Regras para ensinar os seus filhos a lidar com o dinheiro:

1. Ensine o seu filho a distinguir as coisas que compramos porque "queremos" das que compramos porque "precisamos";

2. Ensine-o a controlar o consumo por impulso. Faça uma lista de compras para seguir no supermercado;

3. Fale com o seu filho enquanto vai às compras e mostre a diferença entre caro e barato em diferentes ambientes. Ensine-o a contar o troco e como funcionam os descontos;

4. Faça o seu filho entender a importância de não desperdiçar e de gerir o seu dinheiro (semanada ou mesada);

5. Explique-lhe como funcionam os cartões de crédito;

6. Por volta das 5, 6 anos dê semanada ou mesada à criança. Isso irá ajudá-la a tomar decisões. A semanada ou mesada não deve ser excessiva. Faça um cálculo dos gastos que a criança tem para definir o valor;

7. Não se sinta desanimado se ele gastar todo o dinheiro da mesada. Cometer erros agora pode ensiná-lo a evitar erros maiores no futuro. O importante é não lhe dar mais dinheiro logo a seguir, para que da próxima vez ele não repita o mesmo erro e aprenda a esperar. Imponha restrições a gastos com os quais não concorda;

8. Não use a semanada como uma fonte de conflitos familiares;

9. Fixe um dia para o pagamento da semanada ou mesada, cumprindo-o rigorosamente: lembre-se de que é o exemplo para os seus filhos;

10. Explique ao seu filho que tipo de trabalho faz e quanto ganha. Isso ajudará a estabelecer a relação entre ganho de dinheiro e os limites do seu uso;

11. Estimule a criança a participar no orçamento familiar, incentivando-a a dar sugestões sobre formas de reduzir as despesas. Explique-lhe que posição ela ocupa no orçamento. Melhor do que dizer-lhe que não pode comprar algo, é dizer-lhe que a parte do orçamento para essa categoria já foi gasto ou não chega para tal compra;

12. Reforce a ideia de que a responsabilidade social e a ética devem estar sempre presentes no ganho e no uso do dinheiro: ensine a doar e faça com que ele reserve parte do que tem para isso;

13. Resista à tentação de dar presentes ao seu filho a todo o momento. Estipule as ocasiões que considera mais propícias para dar-lhe presentes;

14. Nunca estabeleça uma relação entre o desempenho dos estudos e o dinheiro. Os bons resultados escolares devem ser um objectivo em si mesmo. O mau rendimento escolar ou o mau comportamento não devem ser punidos com suspensão de mesada. O mesmo acontece com a realização de tarefas domésticas. Não as associe a um pagamento porque em breve eles podem, ou não fazer nada de graça ou recusar-se a fazer o que quer que seja porque já não precisam do dinheiro. Este é um jogo perigoso;

15. Procure envolver também os avós no processo de educação financeira da criança, explicando as razões de se imporem limites e pedindo que colaborem com as regras estabelecidas;

16. Ensine a importância de investir. Proponha uma meta de investimento e incentive o seu filho a alcançá-la;

17. Não se atormente por não dar ao seu filho tudo o que ele pede. Dessa maneira, ele será um adulto responsável, produtivo e com auto-estima forte;

18. Ensine a criança a ser objectiva, discuta assuntos económicos abertamente na sua família;

19. Ajude a criança a visualizar alternativas - assim, começará a saber o que fazer com o dinheiro e não ficará pela primeira opção que lhe surgir."

in Notícias Magazine, #980, 6 de Março de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

Porque hoje é segunda...é dia de Teoria!

O Desenvolvimento Humano segundo a teoria de Piaget

Jean William Fritz Piaget (Neuchâtel, 9 de Agosto de 1896 – Genebra, 16 de Setembro de 1980) – psicólogo e epistomólogo suíço considerado o teórico que mais profundamente estudou o desenvolvimento humano. Impulsionador da Teoria Cognitiva (propõe a existência de 4 estádios do desenvolvimento cognitivo no ser humano). 

O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia cujas proposições nucleares concentram-se no esforço de compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a  linha evolutiva da Psicologia, tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vista, as condições de produção da representação do mundo e das suas vinculações em cada momento histórico da sociedade.

Educadores de todos os níveis têm sido sensibilizados para o uso da teoria piagetiana como recurso para se conhecer e promover o desenvolvimento máximo das potencialidades dos indivíduos.

Piaget no seu famoso livro " To Understand is to Invent" ( Compreender é inventar ), sugere que reflectir e observar são as duas actividades mais importantes que todo o educador pode desenvolver com as crianças e adolescentes.
A partir dos seus estudos, concluiu que, ao longo do processo de desenvolvimento, as pessoas apresentam estruturas cognitivas qualitativamente diferentes. Cada uma dessas estruturas representa um estágio de desenvolvimento psicológico que, apesar das características que lhe são peculiares, apresenta alguns traços do estágio que o precedeu e prepara o indivíduo para o estágio seguinte.

Propôs, assim, 4 estágios do desenvolvimento humano:

- Sensório-motor (Dos 0 aos 18-24 meses): durante este estágio desenvolve-se o conhecimento prático, que constitui a subestrutura do conhecimento representativo posterior. Um exemplo é a construção do esquema do objecto permanente. Para um bebé, durante os primeiros meses, um objecto não tem permanência. Quando ele desaparece do campo perceptivo, deixa de existir. Mais tarde, o bebé vai tentar procurá-lo e encontrá-lo-á tendo em conta a sua noção de localização espacial – surge a intencionalidade (age com o objectivo de chegar a um fim). Desenvolve a noção da existência de objectos e de espaço.

- Pré-operatório (Dos 2 aos 7 anos): as acções são interiorizadas e passam a constituir operações. Para Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica, da linguagem e do pensamento. A linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente para o desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da acção cognitiva que não é dada pela linguagem. Isto é, as acções sensório-motoras não são imediatamente transformadas em operações. Ainda não há conservação, que é o critério psicológico da presença de operações (Por exemplo: se pusermos o líquido de um copo em outro de formato diferente, a criança vai pensar que existe mais líquido num do que no outro). Ainda não adquiriu a capacidade de reversibilidade, isto é, “a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma transformação efectuada sobre os objectos (…)”.

- Período das operações concretas (Dos 7 aos 12 anos): Surge na criança a capacidade de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem) e de integrá-los de modo lógico e coerente. Aparecimento da capacidade de interiorizar as acções, ou seja, começa a realizar operações mentalmente (Por exemplo: se lhe perguntarmos qual é a vara maior, ela é capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a acção mental, sem precisar de medi-las usando a acção física). Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as acções executadas mentalmente se referem a objectos ou situações passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta.

- Período das operações formais (Dos 12 em diante): Nesta fase, aplicando as capacidades conquistadas nas fases anteriores, a criança já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que é capaz de formar esquemas conceituais abstractos e através deles executar operações mentais dentro dos princípios da lógica formal. A criança adquire a “capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta (…)”. Segundo Piaget, o individuo ao atingir esta fase, adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta (o que não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas). 

A compreensão do desenvolvimento humano equivale à compreensão de como se dá o processo de constituição do pensamento lógico-formal. Tal processo, que é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objecto a conhecer, envolve mecanismos complexos que englobam aspectos que se entrelaçam e se complementam, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objectos, a vivência social e, sobretudo, o equilíbrio do organismo com o meio. As ideias de Piaget representam um salto qualitativo na compreensão do desenvolvimento humano, na medida em que é evidenciada uma tentativa de integração  entre o sujeito e o mundo que o circunda.