sexta-feira, 27 de maio de 2011

Diálogo entre pais e filhos...

"Os filhos abrem-se quando julgam oportuno, ou quando estão em condições de o fazer, não quando os pais decidem que tem de ser"

Eva Delgado-Martins (Psicóloga e Docente do ISPA, IU), na sua crónica conversas com pais da revista Notícias Magazine do JN, fala sobre como a comunicação entre pais e filhos deve contribuir para a construção de relações de confiança mútua. Explica que esta comunicação funciona como uma ferramenta que se constrói no dia-a-dia e que determina a qualidade das relações na família, contribuindo para que os filhos se sintam afectiva e intelectualmente confiantes; alertando ainda que "compete aos pais aceitar, respeitar e conhecer as diferenças entre os filhos e aguardar o momento mais propício para as conversas".
Como conselhos para uma boa comunicação em família a psicóloga diz que devemos: utilizar mensagens claras e inequívocas, evitando ambiguidades, mal-entendidos e confusões; usar uma linguagem adequada à idade dos filhos; procurar a compreensão dos seus motivos para encontrar pontos em comum acerca dos quais se possa chegar a acordo. Para educar participativamente, devemos rejeitar modelos demasiados rígidos e encorajar os filhos a exprimir opiniões e a proporem alternativas às nossas decisões. As discussões e o diálogo acerca das razões subjacentes às regras orientadas de acordo com o desenvolvimento cognitivo da criança podem ajudar a promover o desenvolvimento da autonomia, autocontrolo e responsabilidade.

adaptado de conversas com pais in Notícias Magazine de Jornal de Notícias #966 de 28 de Novembro de 2010

Papel social da mulher justifica entrega dos filhos à mãe no divórcio

Hoje, 27 de Maio de 2011, o Jornal Público (Edição Porto) divulga um estudo, conduzido pela investigadora Ana Reis Jorge, sobre "padrões de género e igualdade no divórcio e responsabilidades parentais". Este explica que, apesar de a lei ter uma base igualitária, a decisão, na maioria das vezes, de entregar a guarda de menores à mulher, se deve a uma "interiorização de papéis de género por parte de homens e mulheres".
Ana Reis Jorge acrescenta que a visão assimétrica do papel da mulher, em relação ao homem, se reflecte noutras esferas sociais, como na divisão sexual do trabalho, no controlo do espaço doméstico e nos contextos institucionais, inclusive ao nível do poder judicial.
"Por mais que vários factores sejam ponderados aquando da tomada de decisões, a influência da denominada [tendencialmente a mãe] é notória."
No estudo Divórcio e Responsabilidades Parentais: Padrões de Género nos Contextos Familiares e nas Decisões Judiciais, a investigadora assume como objectivo analisar a actuação da justiça neste âmbito, bem como conhecer os trajectos, as percepções e as estratégias de indivíduos divorciados na condução de processos de regulação do exercício das responsabilidades parentais.

in PÚBLICO sex 27 de Mai Edição Porto (Ano XXII, nº7720)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

7 Semanas...7 Hábitos



Os bons pais preparam os filhos para os aplausos, os pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos!

Este hábito dos pais brilhantes contribuiu para desenvolver: motivação, ousadia, paciência, determinação, capacidade de superação e habilidade para criar e aproveitar oportunidades.

Incentive os seus filhos a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais, mas não pare por aí; leve-os a não ter medo dos seus insucessos. Não há pódio sem derrotas. Muitos não sobem ao pódio não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os fracassos do caminho. Alguns não vencem porque não têm paciência para suportar um não, nem ousadia para enfrentar críticas, nem humildade para reconhecer as suas falhas.

A perseverança é tão importante quanto a capacidade intelectual. A vida é uma longa estrada que tem curvas imprevisíveis e derrapagens inevitáveis. Para os pais brilhantes, ter sucesso não é ter uma vida sem erros. Vencer não é acertar sempre. Os pais que não têm coragem de reconhecer os seus erros nunca ensinarão os seus filhos a enfrentar os seus próprios erros e a crescer com eles.

Viver é um contrato de risco que os jovens precisam de experimentar apreciando os desafios e não fugindo deles. A capacidade de se queixar é o adubo da miséria emocional e a capacidade de agradecer é o combustível da felicidade. Os jovens que se tornam mestres em queixar-se dificilmente conquistarão espaço social e profissional. Levem os seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas,
A felicidade não é obra do acaso, é um exercício. Leve os jovens a ver os momentos singelos, a força que surge nas perdas, a segurança que brota no caos, a grandeza que emana dos pequenos gestos. Os segredos da felicidade esconde-se nas coisas simples e anónimas, tão distantes e tão próximas deles.


Retirado e adaptado do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes de Augusto Cury

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Porque hoje é segunda...é dia de Teoria!

História da Psicologia do Desenvolvimento


- Desde a antiguidade que se têm multiplicado concepções sobre o que é a criança, tendo em conta as diversas perspectivas encaradas até ao final do séc. XIX, resultando essencialmente de invenções culturais: crenças sobre a natureza, desenvolvimento e socialização.


- No último milénio verificou-se uma preocupação com o estatuto moral, filosófico e psicológico da criança, bem como o seu processo de socialização. Preocupação esta considerada necessária para assegurar ao adulto, emergente da criança, o cumprimento do destino que a família e a sociedade lhe prepararam. A criança era encarada, preponderantemente, como estando ao serviço do adulto; o “contrário” (o meio ambiente ao serviço da criança), só é encarado seriamente e filosoficamente a partir do séc. XIX.


- A Psicologia do Desenvolvimento começou a emergir em finais do séc. XIX, podendo a sua história organizar-se de acordo com a proposta de Robert B. Cairns (1983), em três períodos: o formativo (1882-1912), o intermédio (1913-1946) e a era moderna (1947-1982).


Formativo: Considerado o dos “precursores e pioneiros”, está associado ás figuras de Sigmund Freud, entre outros, sendo caracterizado pela emergência de estudos de epistemologia genética sobre o desenvolvimento cognitivo, social, moral e da personalidade, bem como sobre das relações entre evolução e desenvolvimento, feitos de experiências precoces, contribuição da hereditariedade e da experiência, etc,.


Intermédio: Denominado o da “institucionalização e fragmentação”, onde foram estudados empiricamente quase todos os objectivos do comportamento e cognição da criança, bem como o curso “normal” do desenvolvimento sensório-motor, cognitivo e social. O behaviorismo ganhou uma importância crescente, bem como os estudos sobre maturação e crescimento, linguagem e pensamento. Desenvolveu-se ainda a etologia, a teoria da aprendizagem social e a psicanálise.


Era moderna: Período de “expansão e maturação” onde ocorreu o desenvolvimento de novas técnicas e abordagens, relacionadas em parte com o avanço da electrónica e informática. Época de expansão, invenção e crítica, cobrindo todas as áreas de investigação e intervenção. Declínio das teorias ligadas à aprendizagem, tendo começado a ser aplicado o conceito de condicionamento operante de Skinner através da análise da modificação do comportamento, e sendo também abordados, detalhadamente os conceitos de “condicionamento”, “reforço social”, etc,. Foi também introduzido o conceito de imitação para explicar a aquisição de padrões sociais.


- Desde a década de 60, e em parte devido ao renascer do interesse pela teoria de Piaget e á actualidade da abordagem da Aprendizagem Social, a psicologia do desenvolvimento centrou-se no estudo dos processos do desenvolvimento mental e dos mecanismos de mediação, sendo de certo modo transpostas as barreiras entre o desenvolvimento cognitivo e social. Assistiu-se a uma aproximação entre as investigações com animais e com as crianças, dando lugar a novas questões sobre o desenvolvimento psicológico e comportamental.


- A psicanálise e a etologia aproximaram-se, através dos estudos desenvolvidos por Bowlby e Ainsworth e o conceito de desenvolvimento foi redescoberto através de estudos sobre a criança (como organismo em adaptação) e das suas competências; este conceito, extensível ao estudo do ser humano ao longo do ciclo vital, permite estabelecer uma ligação entre várias áreas da psicologia relacionadas com a adaptação cognitiva e social.



Retirado do livro: Borges, Maria Isolina Pinto – Introdução à Psicologia do Desenvolvimento. Porto: Jornal da Psicologia.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Porque merecem divulgação...

"O Grupo Vocal da Escola Básica 2, 3 da Maia (São Miguel - Açores), iniciou-se em Setembro de 2010 com o intuito de aumentar a oferta de actividades musicais nesta mesma escola. Actualmente é constituído por 18 elementos com idades entre os 10 e 13 anos. A principal actividade neste ano lectivo foi a criação do espectáculo "Velvet Carochinha", onde as tradicionais músicas infantis receberam uma nova "roupagem" com base nos grande hits da música rock. AC/DC, Queen, Nirvana e Led Zeppelin, entre outros, conheceram as fantásticas personagens do imaginário infantil português, dando origem a um programa de recordações únicas.
(...)
ESTE PROJECTO TEM COMO ÚNICO INTUITO A PROMOÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL. UTILIZAMOS LETRAS ORIGINAIS E ADAPTAÇÕES DE MÚSICAS INFANTIS PORTUGUESAS COM HITS DA MÚSICA ROCK MUNDIAL. JUNTAMOS ASSIM AS PERSONAGENS FANTÁSTICAS DO IMAGINÁRIO INFANTIL E DAMOS A CONHECER O MELHOR DO ROCK."
in youtube.com



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Porque hoje é segunda... é dia de teoria!


Complexo de Édipo


      Sigmund Freud, psicanalista austríaco, identificou o Complexo de Édipo no decorrer de uma das fases do nosso desenvolvimento psicossexual, nomeadamente na fase fálica. Esta fase ocorre por volta dos três anos e é nela que se forma a identidade sexual (a criança começa a manifestar o interesse pelo conhecimento corporal, perceber as diferenças sexuais e manipular os seus órgãos genitais).



Freud admitia que todas as crianças sofriam um conflito interior, na sua totalidade inconsciente, que visava o desejo de possuir o elemento do sexo oposto e, simultaneamente, a vontade de eliminar o rival do mesmo sexo, por quem experimenta sentimentos ambivalentes de amor e ódio. A relação de um filho rapaz com a mãe vai aprofundando-se e uma relação triangular advém da rápida percepção que a criança tem da existência de um rival, especificamente o pai.


Na fantasia da criança, a relação triangular consiste na seguinte ordem de ideias: o pai é quem fica com a mãe e o impede de realizar o desejo inconsciente de ter a mãe como ele quer. Deste modo, o rapaz investe intensamente na mãe, criando sentimentos ambivalentes de raiva/ódio e de ternura/carinho em relação ao pai. Por vezes a criança fantasia com a morte do pai e como o quer eliminar pensa que este lhe deseja o mesmo. Esta é uma situação conflituosa e vai suscitar na criança o receio de ser castrado pelo pai (complexo de castração). A ansiedade de castração, o amor/ódio pelo pai e o desejo sexual que a criança nutre pela mãe não podem ser resolvidos. Posto isto, a criança inicia o processo de identificação com o modelo parental do mesmo sexo (pai).


O complexo de Édipo é resolvido quando, num sentimento de frustração, a criança percebe que não vai ter a mãe pois ela é do pai.
Em suma, o Complexo de Édipo é considerado o acontecimento mais importante da nossa evolução psíquica visto que é a partir da sua resolução que se completa a constituição de todas as instâncias - Ego e Super-Ego – do nosso aparelho psíquico.

Sigmund Freud
Bibliografia