terça-feira, 7 de junho de 2011
7 Semanas...7 Hábitos
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Adaptação e Bem-estar nas Escolas Portuguesas
* Alexandra Marques Pinto é doutorada em Psicologia, com especialização em Psicologia da Educação, e Professora Auxiliar na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.
* Luís Picado é professor coordenador do ISCE – Instituto Superior de Ciências Educativas (Portugal) e Doutor em Psicologia da Educação.
Porque hoje é segunda... é dia de Teoria!
7 Semanas...7 Hábitos
Reflexão e Teoria: Violência na escola. O caso relatado no El País.
Recentemente em Portugal assistiu-se a um caso semelhante de agressão entre colegas gravado e colocado no facebook. Esse vídeo mostra duas jovens que agridem uma terceira, de 14 anos, à estalada e ao pontapé perante a passividade de outros adolescentes, na região de Lisboa. A vítima chega mesmo a ser deitada ao chão e aí são-lhe dados pontapés em várias partes do corpo, incluindo na cabeça.
Apesar de as situações serem semelhantes, o espaço onde ocorre a agressão pode fazer a diferença. Enquanto no caso português as adolescentes se agridem na rua, não menosprezando o dever civil de auxiliar aquele que precisa de nós, no caso espanhol a agressão ocorre no recinto escolar, onde deve ser salvaguardada a segurança das crianças.
As CresSeres consideram que (e baseando apenas na notícia publicada pelo jornal) não existem pistas contextuais suficientes para formular uma opinião bem fundamentada relativamente a este caso em particular. Poderia o agressor ser uma vítima de bullying por parte do colega agredido? Seria o agressor uma criança problemática que não foi referenciada pela escola? A escola referenciou a criança como agressiva e comunicou anteriormente aos pais? Existia acompanhamento psicológico à criança agressora antes do acontecimento? A criança tinha algum problema clínico mental? Como é o ambiente familiar em que a criança se enquadra? Como é caracterizada a sociedade onde esta se insere?
São várias as questões que nos impedem de ajuizar esta situação.
Mas, no geral, a nossa opinião é a de que a responsabilidade da base da educação deve de facto começar na família, que deve ser responsabilizada pelos actos dos educandos. Mas a escola, como agente educativo, também tem a responsabilidade de assegurar condutas educativas correctas e a segurança das crianças e adolescentes dentro do espaço escolar. Para isso existem regras escolares, existem auxiliares educativos, professores, gradeamento, penalizações (como suspensão ou trabalho escolar extra)...
Um estudo de parceria entre a Universidade de Granada e a Universidade Portucalense intitulado “ A violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação social” refere que a violência protagonizada pelos jovens nas escolas é uma realidade inegável. A sociedade terá que se organizar e insurgir-se activamente contra este fenómeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais às crianças. Devido às exigências, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, actuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis.
O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI (1996:95) reforça que “a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afectivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e normas”.
Todavia, devido às exigências actuais, os pais cedo colocam os filhos em amas, creches ou infantários. Chegam a casa exaustos de um dia de trabalho, têm ainda as lides domésticas ou trazem trabalho para casa. A criança é colocada sozinha a ver televisão ou a brincar sem um adulto que lhe dê atenção. A relação familiar centra-se prioritariamente nas necessidades físicas da criança, ou seja, na alimentação, na higiene ou no descanso.
Enquanto jovens, o lazer e o convívio com os colegas tem uma importância primordial no seu processo de socialização e formação. Embora haja uma certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a verdade é que os jovens de hoje adquirem a sua identidade não só dentro, mas também fora da família, através de discursos variados que a escola e a família poderão ou não integrar. Todavia, a família não se pode demitir do seu papel e atribuir responsabilidades aos outros agentes educativos na formação dos seus descendentes.
Anna Freud (1987:162) alude ao facto de o equilíbrio interno ser perturbado, da personalidade, do meio onde se inserem. Estudos realizados a delinquentes comprovaram que graves distúrbios da socialização acontecem quando a identificação com os pais é desintegrada através de separações, rejeições e outras interferências com os vínculos emocionais existentes entre a criança e as figuras parentais. Muitas vezes a raiz do problema não se centra na educação. O jovem apresenta problemas que deveriam ser direccionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a protecção social ou até judicialmente. O cerne da questão é que muitas escolas tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da sua competência, reforça Sónia Azevedo no seu artigo.
No entanto para combater a violência, a escola tem de analisar a forma como é exercido o seu controlo, tem que se organizar pedagogicamente, para conseguir deter a violência não só interior, mas também exterior.
Dado que o fenómeno da violência é muito amplo e surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projectos de vida.
Condenada pela agressividade do seu filho
segunda-feira, 30 de maio de 2011
7 Semanas...7 Hábitos
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Diálogo entre pais e filhos...
Como conselhos para uma boa comunicação em família a psicóloga diz que devemos: utilizar mensagens claras e inequívocas, evitando ambiguidades, mal-entendidos e confusões; usar uma linguagem adequada à idade dos filhos; procurar a compreensão dos seus motivos para encontrar pontos em comum acerca dos quais se possa chegar a acordo. Para educar participativamente, devemos rejeitar modelos demasiados rígidos e encorajar os filhos a exprimir opiniões e a proporem alternativas às nossas decisões. As discussões e o diálogo acerca das razões subjacentes às regras orientadas de acordo com o desenvolvimento cognitivo da criança podem ajudar a promover o desenvolvimento da autonomia, autocontrolo e responsabilidade.
Papel social da mulher justifica entrega dos filhos à mãe no divórcio
Ana Reis Jorge acrescenta que a visão assimétrica do papel da mulher, em relação ao homem, se reflecte noutras esferas sociais, como na divisão sexual do trabalho, no controlo do espaço doméstico e nos contextos institucionais, inclusive ao nível do poder judicial.
"Por mais que vários factores sejam ponderados aquando da tomada de decisões, a influência da denominada [tendencialmente a mãe] é notória."
No estudo Divórcio e Responsabilidades Parentais: Padrões de Género nos Contextos Familiares e nas Decisões Judiciais, a investigadora assume como objectivo analisar a actuação da justiça neste âmbito, bem como conhecer os trajectos, as percepções e as estratégias de indivíduos divorciados na condução de processos de regulação do exercício das responsabilidades parentais.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
7 Semanas...7 Hábitos
Incentive os seus filhos a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais, mas não pare por aí; leve-os a não ter medo dos seus insucessos. Não há pódio sem derrotas. Muitos não sobem ao pódio não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os fracassos do caminho. Alguns não vencem porque não têm paciência para suportar um não, nem ousadia para enfrentar críticas, nem humildade para reconhecer as suas falhas.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Porque hoje é segunda...é dia de Teoria!
História da Psicologia do Desenvolvimento
- Desde a antiguidade que se têm multiplicado concepções sobre o que é a criança, tendo em conta as diversas perspectivas encaradas até ao final do séc. XIX, resultando essencialmente de invenções culturais: crenças sobre a natureza, desenvolvimento e socialização.
- No último milénio verificou-se uma preocupação com o estatuto moral, filosófico e psicológico da criança, bem como o seu processo de socialização. Preocupação esta considerada necessária para assegurar ao adulto, emergente da criança, o cumprimento do destino que a família e a sociedade lhe prepararam. A criança era encarada, preponderantemente, como estando ao serviço do adulto; o “contrário” (o meio ambiente ao serviço da criança), só é encarado seriamente e filosoficamente a partir do séc. XIX.
- A Psicologia do Desenvolvimento começou a emergir em finais do séc. XIX, podendo a sua história organizar-se de acordo com a proposta de Robert B. Cairns (1983), em três períodos: o formativo (1882-1912), o intermédio (1913-1946) e a era moderna (1947-1982).
Formativo: Considerado o dos “precursores e pioneiros”, está associado ás figuras de Sigmund Freud, entre outros, sendo caracterizado pela emergência de estudos de epistemologia genética sobre o desenvolvimento cognitivo, social, moral e da personalidade, bem como sobre das relações entre evolução e desenvolvimento, feitos de experiências precoces, contribuição da hereditariedade e da experiência, etc,.
Intermédio: Denominado o da “institucionalização e fragmentação”, onde foram estudados empiricamente quase todos os objectivos do comportamento e cognição da criança, bem como o curso “normal” do desenvolvimento sensório-motor, cognitivo e social. O behaviorismo ganhou uma importância crescente, bem como os estudos sobre maturação e crescimento, linguagem e pensamento. Desenvolveu-se ainda a etologia, a teoria da aprendizagem social e a psicanálise.
Era moderna: Período de “expansão e maturação” onde ocorreu o desenvolvimento de novas técnicas e abordagens, relacionadas em parte com o avanço da electrónica e informática. Época de expansão, invenção e crítica, cobrindo todas as áreas de investigação e intervenção. Declínio das teorias ligadas à aprendizagem, tendo começado a ser aplicado o conceito de condicionamento operante de Skinner através da análise da modificação do comportamento, e sendo também abordados, detalhadamente os conceitos de “condicionamento”, “reforço social”, etc,. Foi também introduzido o conceito de imitação para explicar a aquisição de padrões sociais.
- Desde a década de 60, e em parte devido ao renascer do interesse pela teoria de Piaget e á actualidade da abordagem da Aprendizagem Social, a psicologia do desenvolvimento centrou-se no estudo dos processos do desenvolvimento mental e dos mecanismos de mediação, sendo de certo modo transpostas as barreiras entre o desenvolvimento cognitivo e social. Assistiu-se a uma aproximação entre as investigações com animais e com as crianças, dando lugar a novas questões sobre o desenvolvimento psicológico e comportamental.
- A psicanálise e a etologia aproximaram-se, através dos estudos desenvolvidos por Bowlby e Ainsworth e o conceito de desenvolvimento foi redescoberto através de estudos sobre a criança (como organismo em adaptação) e das suas competências; este conceito, extensível ao estudo do ser humano ao longo do ciclo vital, permite estabelecer uma ligação entre várias áreas da psicologia relacionadas com a adaptação cognitiva e social.
Retirado do livro: Borges, Maria Isolina Pinto – Introdução à Psicologia do Desenvolvimento. Porto: Jornal da Psicologia.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Bicicleta no aeroporto...
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Porque merecem divulgação...
(...)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Complexo de Édipo |
Sigmund Freud |
- complexo de Édipo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-05-16]
- http://educacaoesexualidadeprofclaudiabonfim.blogspot.com/2010/10/complexo-de-edipo-fases-do.html
- KATZ, Chaim Samuel. Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2009.
A notícia que está a chocar o mundo...
Uma mãe disse à imprensa que dá mensalmente a sua filha de oito anos botox e cera para as pernas e região pubiana?!
A mãe da Califórnia, que admitiu injectar a sua filha de 8 anos com botox para um concurso de beleza infantil está sendo investigada agora pelo San Francisco Human Services Agency.
"É muito raro que uma mãe injecte a sua filha de 8 anos de idade com botox e certamente é motivo para uma investigação", disse Trent Rohrer do San Francisco Human Services Agency.
Mãe e filha Britney Kerry, apareceram no programa "Good Morning America" Quinta-feira a defender o uso de botox.
Britney admitiu que doeu a receber as injecções no rosto dela, mas disse que ela estava habituada à dor.
A admissão no concurso provocou um alvoroço na internet, na comunidade médica e pelos defensores das crianças.
Kerry disse à ABC News que ela não acredita que Britney esteja em perigo de saúde e que foi Britney que pediu as injecções. Kerry, que pediu que o sobrenome de sua família não seja utilizado, é uma esteticista a tempo parcial e não é estranha ao botox, tendo feito o tratamento no seu próprio rosto.
"Como eu disse, eu aplico botox em mim. É seguro ", disse Kerry.
"Ela já me viu a fazer antes", disse Kerry. "Então, quando nós fizemos, ela estava bem com ele."
Kerry não revelou quem lhe fornece o botox. Kerry normalmente administra o botox a Britney através de um total de cinco aplicações, em três locais diferentes da cara.
No entanto nem tudo é negativo e os serviços de protecção de crianças já a retiraram da "mãe"."
7 Semanas...7 Hábitos
3º
Seja um perito em fazer os seus filhos reflectirem e não em criticar os comportamentos inadequados. As reprimendas e os sermões definitivamente não funcionam; quando começa a repetir as mesmas coisas, detona um "gatilho" inconsciente que abre determinados arquivos na memória que contém as velhas criticas e sermões. Os seus filhos já saberão o que vai dizer e armar-se-ão e defender-se-ão. Consequentemente, o que você disser não ecoará dentro deles e não gerará um momento educacional. Educar não é repetir palavras, é criar ideias, é encantar.
Os pais insistem em educar os filhos como se fossem aparelhos lógicos que só precisam de seguir o manual de regras. Mas cada jovem é um mundo a ser explorado; dizer "faz isto" ou "faz aquilo", sem explicar as causas e sem estimular a arte de pensar, produz robôs e não jovens que pensam.
Se quiser causar um forte impacto no universo emocional e racional dos seus filhos, use criatividade e sinceridade e assim consquitará os inconquistáveis.
Se educar a inteligência emocioanl dos seus filhos com elogios, quando eles esperam uma reprimenda, com encorajamento, quando eles esperam um reacção agressiva, com uma atitude afectuosa, quando eles esperam um ataque de raiva, eles ficarão encantados e registá-lo-ão, a si, com grandeza. Uma das coisas mais importantes na educação é levar um filho a admirar o seu educador.
Os bons pais punem quando os filhos fracassam; os pais brilhantes incentivam-nos a fazer de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Porque hoje é segunda... é dia de teoria!
A sua teoria do desenvolvimento apresenta seis estádios: o estádio da impulsividade motora, onde a criança embora não esteja numa dependência biológica total com a mãe, continua ainda dependente do meio humano à sua volta para a satisfação das suas necessidades mais básicas; o estádio emocional que se inicia por volta dos dois, três meses atingindo o seu apogeu aos seis meses e que se caracteriza pela transformação progressiva das descargas impulsivas sobrepondo-se ao estádio impulsivo; o estádio sensório-motor e projetivo, no qual a criança se liberta do estado de simbiose afetiva com a mãe; o estádio do personalismo que vai dos três aos seis anos, devendo a criança adquirir neste período as noções de corpo próprio e a tomada de consciência de si; o estádio categorial que se situa por volta dos seis/onze anos e no qual surgem dados relativos à construção do Eu e ao conhecimento dos objetos e situações que permitem à criança uma adaptação mais equilibrada ao meio; e por fim o estádio da puberdade e da adolescência onde se verifica um rompimento súbito e abrupto com o equilíbrio anteriormente adquirido. Neste último estádio, o adolescente vai questionar-se sobre as transformações físicas e psicológicas que está a vivenciar, dando normalmente origem a uma crise que marca o início da adolescência e que leva a uma viragem sobre si próprio provocando uma reflexão sobre o seu destino, o seu futuro, a razão de existir, o mundo que o rodeia, entre outros aspetos. É um processo de identificação, uma crise, que tem de ser ultrapassada para gerar desenvolvimento.
Para Wallon o comportamento de cada individuo é, assim, determinado pela interação entre fatores biológicos e sociais.
Este psicólogo desenvolvimentalista morreu em 1962 deixando um legado de obras importantes tais como L'Evolution psychologique de l'enfant, A Psicologia e educação da criança, entre outras."
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$henri-wallon>
sexta-feira, 6 de maio de 2011
7 Semanas...7 Hábitos
2º
Os bons pais alimentam o corpo, os pais brilhantes alimentam a personalidade!
Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver nos seus filhos: reflexão, segurança,
liderança, coragem, optimismo, capacidade de superação do medo e de prevenção de conflitos.quarta-feira, 4 de maio de 2011
Sexualidade dos adolescentes
Cantagalo: Uma história de São Tomé e Príncipe
Há muitos, muitos anos todos os galos do mundo se refugiavam na Ilha de São Tomé, talvez por ser uma terra lindíssima e boa para viver. Quando o Sol rompia as nuvens, de madrugada, punham-se todos a cantar anunciando um novo dia: «Cocorococó!» A alegria imensa de estarem juntos e o facto de as suas vozes funcionarem bem em coro, levava-os a repetir a cantoria a qualquer hora, esquecendo que incomodavam os outros habitantes da ilha.
Havia pessoas que lhes achavam graça e até gabavam aquela alegria contagiante que enchia a atmosfera de música. Mas a maior parte reclamava: «Isto não pode ser! Precisamos de sossego! Ninguém aguenta esta barulheira...»
Os dois grupos discutiam, uns a favor dos galos, outros contra. E as conversas iam-se tornando tão azedas que por pouco não se envolviam à pancada. Então um homem sensato resolveu tomar medidas para resolver o assunto. Pegou num papel e numa caneta e escreveu a seguinte mensagem para os galos: «Aconselho-vos a emigrarem e a fixarem-se num local afastado onde possam cantar quando lhes apetecer sem se tornarem aborrecidos. Se não aceitarem a sugestão, haverá guerra.»
Os galos, sendo bem-educados e pouco apreciadores de brigas, preferiram partir. Reuniram-se para escolher um rei que chefiasse a expedição; a escolha do recaiu num enorme galo preto, de que todos gostavam muito porque tinha imensas qualidades, e lá foram em busca de um sítio ideal para músicos bem-dispostos e barulhentos que gostavam de gozar a vida sem se tornarem incómodos. Juntos deram voltas e mais voltas pelas ilhas e pelos ilhéus do arquipélago, até encontrarem o que pretendiam. Ali ficaram para sempre e as pessoas baptizaram o lugar com o nome de Cantagalo. Esse lugar ainda hoje existe.
Sugerido na nossa biblioteca de "Alguns livros para ler com o seu filho".
Juno: adolescência, divórcio e relacionamentos
Nas últimas décadas, assistimos a uma mudança no cenário sociocultural, provocada, entre outros factores, pelas alterações na estrutura familiar. O divórcio trouxe um leque de novas configurações e organizações familiares. A separação dos pais muitas vezes implica descontinuidades, rupturas no relacionamento parental, gerando sentimentos de perda e desamparo.
Os efeitos do divórcio não são necessariamente adversos (Hetherington & Kelly, 2002; Hetherington & Stanley-Hagan, 1999). Muitos filhos que se movem de uma situação familiar conflituosa para uma situação mais harmónica mostram uma diminuição de problemas após a separação de seus pais (Kelly & Emery, 2003).
A literatura científica tem explorado e descrito numerosos factores que contribuem para as vicissitudes do pós-divórcio: o tempo de separação, as características da personalidade das crianças e adolescentes, a sua idade na ocasião da separação, o género, o nível de conflito entre os pais e a qualidade da parentalidade.
O problema instala-se quando os pais, além de considerarem os cônjuges como “ex”, passam a enquadrar suas crianças na categoria de “ex-filhos” (Dantas et al., 2004).
A capacidade dos filhos em lidar com a separação dos pais vai depender sobretudo da relação estabelecida entre os pais e da capacidade destes de distinguir a função conjugal da função parental (Féres-Carneiro, 1998).
Segundo a revisão de Cohen (2002), no divórcio parental o adolescente pode desenvolver uma autonomia prematura, com desidealização de cada pai. Também sentimentos de raiva e confusão podem levar a problemas de relacionamento, uso de substâncias, decréscimo do desempenho escolar, conduta sexual inadequada, depressão, agressividade e comportamento delinquente. Problemas académicos e dificuldades de relacionamento também apareceram na revisão de Kelly e Emery (2003). O estudo de corte realizado por Harland et al. (2002) detectou um índice maior de problemas comportamentais entre 12 e 16 anos nos filhos provenientes de famílias com pais divorciados.
De acordo com Kelly e Emery (2003), o adolescente do sexo masculino tem mais riscos de apresentar problemas de ajustamento e problemas académicos. No entanto, as adolescentes estão inclinadas a engravidar mais cedo.
As pesquisas, independentemente da variável em foco ou da metodologia utilizada, sugerem que o divórcio parental passa a ser um factor de risco para os filhos, caso se tenha consolidado um afastamento entre eles e as figuras parentais. A sensação de abandono e desamparo cria uma situação de vulnerabilidade, propiciando o aparecimento ou a potencialização de desajustes.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Juno numa perspectiva eriksoniana
Durante o primeiro ano de vida a criança é significativamente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizagem de palavras e dos seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afecto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.
2. Autonomia vs Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano)
Neste estádio a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e a cuidar da sua higiene pessoal, o que dá à criança grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto à sua capacidade de ser autónoma, provocando um retrocesso ao estágio anterior, ou seja, à dependência.
3. Iniciativa vs Culpa (quarto e quinto ano)
4. Construtividade vs Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)
Durante este estádio a criança está a frequentar a escola, o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares. Este facto exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade e outras habilidades necessárias. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade.
5. Identidade vs Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)
O quinto estádio adquire contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece, ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção dramática, por tratar-se de acontecimentos pontuais e localizado com pólos positivos e negativos.
6. Intimidade vs Isolamento (jovem adulto)
Neste estádio o interesse, além de profissional, gira à volta da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afectiva. Caso haja uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
7. Produtividade vs Estagnação (meia idade)
8. Integridade vs Desesperança (velhice)
Neste último estádio o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos, haverá integridade e ganhos. Como contrário a isso existe a desesperança que se manifesta num sentimento de tempo perdido e na noção da impossibilidade de começar de novo, de voltar atrás.
O versus negativo menciona os aspectos, sentimentos relacionados à confusão/difusão de quem ainda não se descobriu a si próprio, e não sabe o que pretende, tendo dificuldade em optar.
Erik Erikson
Em 1927, Erikson enveredou pela docência, tornando-se, a convite de um antigo colega de escola, professor numa escola que se distinguia pelo seu estilo muito progressivo. Neste local Erikson teve a oportunidade de ensinar, não só as matérias convencionais, mas algo que muito lhe agradava como a pintura, o desenho e a história de diferentes culturas como a índia e a esquimó. Durante este período da sua vida Erikson começou a relacionar-se com a família Freud, muito especialmente com Anna Freud com quem iniciou psicanálise e com quem ganhou o gosto do estudo da infância.
Em 1930 publicou o seu primeiro artigo e em 1933, após completar a sua formação como psicanalista, foi eleito para o Instituto de Psicanálise de Viena. Também em 1933 emigrou para os de Estados Unidos onde iniciou a prática da psicanálise infantil em Boston, associando-se à Faculdade de Medicina de Harvard.
A partir desta altura Erikson começou a preocupar-se com o estudo da forma como o Ego ou a consciência operam de forma criativa em indivíduos considerados sãos. Em 1936 Erikson abandonou a Universidade de Harvard para trabalhar no Instituto de Relações Humanas de Yale. Em 1938 deu início aos seus primeiros estudos sobre as influências culturais no desenvolvimento psicológico, estudando crianças índias no Pine Ridge Reservations. Em 1939, transferiu a sua prática clínica para São Francisco e em 1942 começou a trabalhar como professor de psicologia na Universidade da Califórnia.
Erikson concebe oito estádios de desenvolvimento, cada um deles confrontando o individuo com as suas próprias exigências psicossociais, que prossegue até à terceira idade. O desenvolvimento da personalidade, segundo Erikson, atravessa uma série de crises que têm que ser ultrapassadas e interiorizadas pelo individuo como preparação para o estádio seguinte de desenvolvimento.
1950, Childhood and Society
1958, Young Man Luther
1969, Gandhi's Truth on the Origins of Militant Nonviolence
1975, Life History and the Historical Moment
1982, A Review
1986, Vital Involvement in Old Age"
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$erik-erikson>