domingo, 1 de maio de 2011

Reflexão sobre o filme "Juno"

Sinopse: o filme “Juno” relata a história de uma adolescente de 16 anos - Juno MacGuff (Ellen Page) - que após descobrir que está grávida de 9 semanas de Paulie Bleeker (Michael Cera), um colega de liceu, pondera várias soluções para resolver a sua situação. A princípio ela opta pelo aborto, mas uma decisão de última hora faz com que mude de ideias, decidindo-se pela adopção. Com a ajuda da sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), Juno procura nos classificados de um jornal pais adoptivos que lhe pareçam ideais. Juntamente com o seu pai, Mac (J.K. Simmons), visita os possíveis pais adoptivos da criança, Mark e Vanessa Loring (Jason Bateman e Jennifer Garner). Com o passar do tempo, Mark e Juno acabam por se tornar amigos com diversos interesses em comum. Complicações surgem, desde a sua vida na escola, passando pela sua vida familiar até sua vida amorosa... 

  


Este filme centra-se numa questão importante nos dias de hoje, a gravidez na adolescência!

Actualmente, esta situação é de tal modo frequente e preocupante, que é encarada como um problema de extrema importância. Tem-se verificado um aumento do número de mães adolescentes, que dão à luz numa altura em que estão a desenvolver algumas capacidades emocionais e cognitivas. A adolescente e o seu filho são particularmente vulneráveis aos riscos inerentes à gravidez e maternidade, devido à especificidade das alterações que ocorrem nesta faixa etária. É por isso importante apoiar as mães adolescentes, pois sabe-se que estas ultrapassam dificuldades que são um factor de risco no desenvolvimento biológico, psicológico, físico e cognitivo dos seus filhos.
Para muitas famílias questões relacionadas com sexo, prevenção da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis são temáticas de difícil abordagem no seio familiar. Esta dificuldade de diálogo sobre o tema inibe os filhos a exporem as suas dúvidas, o que em muitos casos trás consequências indesejadas, tais como a gravidez que, por sua vez, pode terminar em aborto com todas as consequências a ele inerentes.
No caso de Juno, o facto de viver no seio de uma família desestruturada, com pais divorciados e a pouca comunicação poderá ter influenciado a sua conduta e o modo como tentou solucionar o seu problema.
Ao optar pela adopção Juno irá dar continuidade à sua vida de adolescente sem a responsabilidade da maternidade. De facto é difícil jovens nesta faixa etária estarem preparadas para cuidar de outro ser que requer tantos cuidados. Se a adolescente ainda se encontra em reestruturação da personalidade, levando-se em conta o aspecto emocional e financeiro, além da experiência de vida necessária, como poderá actuar como alguém que necessita oferecer apoio e estruturação a outro?
No que respeita ao bebé de Juno a separação da mãe biológica deixará marcas, ainda que inconscientes. No entanto estas marcas poderão ser minimizadas pela sua integração precoce numa família adoptiva, que irá satisfazer as suas necessidades básicas. Á medida que se for estabelecendo a vinculação todas as necessidades da criança estão garantidas da mesma forma que no seio das famílias biológicas estruturadas. Num post anterior abordámos o tema CresSER em Familia Adoptiva que o leitor poderá consultar para uma melhor compreensão desta temática.
Finalizamos, referindo que o seio familiar onde crescemos e nos desenvolvemos condiciona o ser humano em que nos tornamos. É por isso que a educação de um filho é o maior projecto das nossas vidas e aquele em que o investimento deverá ser maior.



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